taxionomia

epistrophy



enfurece-me o uso de 'potencial' (como termo, como literatura). existe uma demarcação exagerada, baseada num sistema de expectativa, também ele, exagerado. a energia potencial, em conceito, é uma forma de energia armazenada, pode ser utilizada em qualquer momento. está ali, é uma energia em permanência, adormecida. mas existe. a expectativa sobre x não é energia potencial, entenda-se. é apenas isso: uma expectativa.
a energia potencial traduz-se no discurso concentrado sobre o lima mayer e o monte velho e numa consistência de relaxamento do 'rizoma', do duo deleuze/guattari.
e isto sim, faz todo o sentido.

'Uma multiplicidade não tem os seus estratos onde enraízam unificações e totalizações, massificações, mecanismos miméticos, tomadas de poder significantes, atribuições subjectivas? Mesmo as linhas de fuga não vão reproduzir, em benefício da sua divergência eventual, as formações que tinham por função destruir ou transformar? Mas o inverso também é verdadeiro, é uma questão de método: é sempre necessário referir o decalque sobre o mapa. E esta operação não é absolutamente nada simétrica da precedente. Porque, em todo o rigor, não é exacto que um decalque reproduza o mapa. É antes uma fotografia, uma rádio que começasse por eleger ou isolar o que tem intenção de reproduzir, com a ajuda de meios artificiais, com a ajuda de corantes ou de outros processos de constrangimento.'

{title: 'epistrophy', eric dolphy in 'the last date', thelonious monk, 1964. image: 'laundry room', hin chua. text: gilles deleuze e felix guattari, 'rizoma', assírio e alvim, 2004, pp. 30 e 31.}