taxionomia

we stow our words in the cellar



depois de um relâmpago escrevi-lhe sobre o nada sem perceber que era exactamente sobre isso que queria escrever.

na maioria dos casos, em quase todos, (todos), diz-se do nada que não existe, não tem matéria, não tem um corpo linguístico, e mesmo na designação não existe uma conformidade. no nada, dizem, não existe sequer o espaço, não há coisa alguma nem um lugar vazio para caber o que quer que seja. o nada é uma total representação mental, baseada na ausência de tudo. na física, o nada, poderia agrupar, por exemplo, a conservação da energia, o aumento da entropia e a própria passagem do tempo, se de um conceito resoluto se tratasse.

o nada é um não-lugar.
o nada é uma ausência não definitiva.
o nada é uma indefinição em tempo.
o nada é uma possibilidade matemática, tem a definição de conjunto vazio que é, em todos os casos, um elemento do conjunto dos subconjuntos de um conjunto.

o nada na matemática representa-se assim: {}



{title: bowerbirds, 'dark horse', hymns for a dark horse, 2007. image: 'wings of desire', dir. wim wenders, 1987}