taxionomia

the art of training a goldfish



o início é quase sempre no reservatório, é o ponto não natural mais visível, e, ao mesmo tempo, o que pesa mais no caminho. controlar a respiração é o primeiro passo e a obsessão mais durável no decorrer do processo. existem vários encontros, não planeados, progressivos. o mais frequente são os cadáveres de pequenos animais ou mesmo flores. sim, existem cadáveres de flores. pela esquerda primeiro, depois pela direita, é uma questão de visibilidade nas curvas. há uma subida de temperatura, uma descida no terreno e na luz que acompanham a contagem decrescente. vou fazendo apostas comigo: ' se chegares ali vai tudo ficar bem, se desistires agora desistes de tudo'. inverto a marcha e faço um meio círculo, pela direita agora. o reservatório continua a ser o ponto mais visível. ignoro-o.
junto à escola continuo a desviar-me, em aceleração, da areia. é ali, a resvalar para o peso e a desviar-me da queda que percebo que consigo mais e mais.
e corro.

{title: 'pina bausch - wuppertal dance theater; or, the art of training a goldfish, excursions into dance', norbert servos, ballet-buchnen-verlag, 1984.  image: sema bekirovic, 'maze' , http://www.semabekirovic.nl/}