entre cadeiras.
ele senta-se de costas e lê.
junho de 1956,
(...) estás do outro lado da barreira. a tua lucidez não me atinge. sou um artigo inacabado, não te existo (...) imagina que um dia preenches um livro, com uma encadernação, mais ou menos, minimalista: a primeira página é delas, não tua. eu sou a última convivência, em ordem decrescente. existe uma escala sim, não te iludas quanto a isto e quanto ao resto. (...) és um anfitrião de estilhaços, aboliste a lei e a ordem (...) e queria abraçar-te, incluir-te no tamanho dos meus braços mas a tua falta e o teu silêncio ocupam a minha falta e o meu silêncio. preciso de um mês assim. habituamo-nos a presenças, a existências, eu prefiro uma desistência contínua. total. sucumbe. sucumbe, vamos (...)
{image: what my heart did today, crackhart}